E existe uma fórmula?

É complicado no meio de tanta euforia manter-se obediente à razão! Os malditos hormônios que alguns dias por mês ficam excitados, falam mais alto e nos fazem acordar no outro dia, olhar pro lado e dizer baixinho “taquepariu!”. Pior é quando a circunstância é misturada ao álcool, reagente causador de reações exotérmicas como o suor excessivo, a famosa língua solta e o embaralhamento de pensamentos. Com um tempo mínimo de contato com esses reagentes já se falou tudo aquilo que em geral fica apenas no seu subconsciente! Essa mistura é explosiva, principalmente em mulheres impulsivas, no fundo todas são, algumas só ainda não descobriram ou não querem aceitar tal fato.

Tentar manter-se centrada em situações assim é uma lástima, está estampado o que você quer, todos sabem, inclusive você, o problema é a fase de aceitação. Está dando pra entender? Tudo tem explicação na química e na biologia, como falei no início. Durante a escola você acha que nunca vai precisar de nada que venha daquelas aulas chatas, né? Acredite, quase tudo você encontra explicação nelas, por mais que você ache balela, alguma pesquisa já confirmou tudo aquilo que você está passando! E você com certeza poderá usar a máxima “Mas de acordo com pesquisas...!”

Foi assim que descobri que odeio química, sempre odiei!

Mentira! Acho que sentia uma pontinha de inveja das teorias quase inexplicáveis dadas nas aulas bem explicadas de química orgânica, inorgânica e toda aquela físico química. Inveja também daquelas ligações perfeitas que se completavam, das substâncias que eram tidas responsáveis pelas borboletas no estômago, palpitações e rubor. Coisas que os literatos sempre cultivaram como divino, íntimo, incompreendido e indomável, os químicos, aqueles alquimistas, vinham com explicações mirabolantes, teses e o pior, provas. Tanto gostava de química que me enamorei por um químico, aprendiz, mas ainda assim um louco. Certa vez decidi que quando tivesse uma filha ela se chamaria Fenilalanina, o professor jurava que era o hormônio responsável pela paixão. Era mais que óbvio, uma filha gerada de uma paixão, com o nome de seu gerador. Desisti da idéia horas depois da aula. Imaginei-me gritando com ela, foi constrangedor!

Até hoje fico besta quando leio uma matéria científica que tem como tema central o amor, coisa que tantos procuram e sofrem, pelo excesso ou pela falta. Os químicos sim eram grandes poetas, explicavam que duas pessoas só se apaixonavam (uma pela outra) quando seus hormônios encaixavam-se, como chave e fechadura (olha a poesia da coisa). É assim que a hipófise, parte primitiva do cérebro responsável por necessidades básics como a fome, sono e desejos, reconhece sua alma gêmea e faz com que a gente devaneie sobre situações, dilate a pupila para que não vejamos defeitos, arrepie com um beijo e outras cositas más que vocês já imaginam. A escolha do parceiro ou parceira também é feito por um critério lógico que explicarei em outro post se assim vocês desejarem!