domingo, 1 de abril de 2012

Crise...



Vivo dizendo que sentir nos difere das pedras. Mas tem horas que ser pedra até parece interessante, melhor mesmo seria virar um ermitão! Sem celular, sem internet, sem compromissos, sem nada na cabeça! Os olhos marejados dariam lugar a uma paisagem limpa e com estrelas ao som do mar. De marejado apenas o mar! Tenho essa ligação com o mar, tenho medo, não sei nadar, mas fico fascinada! Lá é aquele lugar em as energias são repostas, reestruturadas. Talvez seja pelo signo, o ascendente, a carga cultural, a literatura, ou mesmo uma história inventada, que de tão falada, virou verdade.
Tenho percebido que somos uma geração com tudo e com nada, não estou falando com propriedade de quem analisa academicamente, falo de sentar em um canto e olhar, teorizar apenas. Hoje tudo precisa ser aproveitado até a última gota. A noite deve ser vivida até o amanhecer, o cigarro até a última ponta, a bebida até o último suspiro de sobriedade. Que diabos de pessoas são essas que para serem originais precisam de artifícios de falsificação? Existe a identidade e a forçação de barra, a felicidade e a necessidade de só se sentir bem se experimentar tudo! Não há mais verdades nas pessoas, há apenas o “ser aceito”!
Tornamo-nos grandes vazios, como potes d’água do semi-árido em tempos de seca. E se enganar com promessas de chuva é tão fácil, que qualquer sereno vira salvação!

Um comentário:

Marcelo Abner disse...

Uma das coisas que eu acho que faz falta a humanidade é a solidão, é o sentimento de que há coisas a se descobrir e que porque não se conhece de tudo, você fica despreocupado de tentar usar tudo, provar tudo, experimentar de tudo. Na época da renascença e era contemporânea devia, com certeza, existir um estimulo para que as pessoas descobrissem coisas novas, mas os limites de conhecimento faziam as pessoas serem mais analíticas.

Hoje em dia ninguém é capaz de descobrir algo sozinho, e na verdade, poucos são os que querem descobrir. Com tanto que se têm para aproveitar o que existe, as pessoas não vêem que na verdade não precisam de tudo que existe, que na verdade não precisam de metade do que conseguem e que só a experiencia de ir atrás do objetivo já pode ser uma recompensa impressionante quando analisada posteriormente.

Eu não sei se conseguiria viver sem o conforto que a tecnologia ofecere atualmente, mas as vezes eu me pergunto se tudo isso é realmente necessário, as vezes é muito gratificante descobrir e entender algo, ao invés de apenas fazer algo.

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